terça-feira, 6 de novembro de 2012

A coletividade inconveniente do nosso individual

"É incrível como as pessoas se sentem ofendidas quando um outro alguém, pra defender a sua opinião, cita outra da qual é contrário e isso gera uma guerra de nervos."

Coloquei a frase acima como citação, pois eu postava exatamente isto no facebook quando me dei conta de que esta frase merecia uma explicação, ou por minha mania de construir frases extensas que só 50% das pessoas entendem ou ainda por realmente contar com um público desatento que não consegue perceber que se enquadra nas poucas coisas que digo por lá sem citar nomes.

Vejam só, um bom exemplo, a novela Salve Jorge, assim como acontece em todas as outras. Há, sempre no começo dos folhetins globais, uma movimentação da igreja evangélica, uma campanha ferrenha e, vez por outra, até enfática demais, contra o IBOPE ao que se passa no horário nobre da Rede Globo. Pois bem, o que se vê no meio dessa campanha é evangélicos copiando e colando o que ouviram ou leram por aí e defensores da Globo, da Glória Peres, de São Jorge, do Candomblé, seja lá do que for, debatendo como se a discussão fosse realmente mudar a opinião do outro.

Vamos imaginar uma situação hipotética, na qual você, querido leitor, e provavelmente amigo, está em sua casa assistindo TV, de repente chega alguém dentro da sua intimidade e diz que você não deve assistir aquilo. Você atenderia prontamente ou se sentiria no direito de achar a atitude dessa pessoa uma tremenda de uma intromissão?
Hoje em dia, principalmente com facebook, twitter e google juntos, todo mundo quer se tornar um Platão, criar 853 teorias de boas maneiras e métodos excepcionalmente eficientes para cura da depressão. Ainda acho que está demorando aparecer alguém compartilhando que descobriu a cura para o câncer.


Existem poucas coisas que me deixam irritado instantaneamente, uma delas, receber ordens de quem eu não deveria estar recebendo ordens. Ou melhorando essa definição. Alguém que não deveria estar me dando ordens, tentar fazer isso. Quanto mais a pessoa se esforça, mas pro lado contrário eu vou. Acho que por mais que a intenção seja boa, nós precisamos respeitar um pouco mais a individualidade dos outros. Fulano é da minha escola, vou perguntar porque tá matando aula, Beltrano é da minha igreja, vou floodar o perfil dele com lições de moral, Cicrano é lá da minha academia, vou jogar na cara dele que ele malha errado e devia parar de comer hambúrguer. Ah! Pera lá né gente! Tenho certeza que cada um tem consciência de pelo menos 80% dos seus atos e não precisa, ainda mais na vida adulta, de uma sombra sempre por ali querendo aconselhar.


Esse texto, muito embora pareça, não tem nada a ver com algum fato ocorrido comigo, mas se você, que está lendo, se sentir dentro dele com relação a mim ou aos meus, quebra um galho pra mim: Ou para ou fica longe de mim. Gosto disso não.

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