Ano de 1500 d.C. Alguém em Portugal, revoltadíssimo com a situação carcerária atual, mais ou menos parecida com a atual daqui do Brasil, decidiu: Vou pegar um desses caras que vivem me enchendo o saco aqui, juntar um bocado de preso e mandar embora. Que procurem a Índia!
Ao que me parece, esse escolhido não era muito dos bons, afinal, o sujeito foi procurar a Índia e me parece que ele foi parar um pouco longe disso né?
E veio Pedro Álvares Cabral, com seus homens, sujos, maltratados por anos de cárcere e sem contar os meses de viagem perdidos pelo oceano.
- TERRA À VISTA! - Alguém gritou. Chegaram, alojaram-se, será mesmo que eles não desconfiaram que aqui não era a Índia desde o início? Só tinha eles no mar gente! Num é possível!
Praquela galera sedenta por algo diferente, avistar não só a terra e os encantos naturais, mas também aqueles corpos morenos nus deve ter sido um delírio, daí começa o processo de construção da identidade (??) brasileira.
Durante um bom tempo, os caras brancos, rejeitados e marginalizados em Portugal, jogados aqui no Brasil, aproveitaram-se dos índios, a coisa não era fácil, mas mesmo assim a população cresceu justamente pelo bom aproveitamento que esses sujeitos tiveram dos nativos.
Até que um belo dia, alguém espertamente teve a bendita ideia de trazer os irmãos africanos pra cá. Foram lá, dessa vez com um critério um pouquinho melhor, buscar mão-de-obra qualificada. Precisava-se de braços fortes e mãos habilidosas.
Mas acho que exageraram na escolha, pq nessa de buscar braços fortes e mãos habilidosas, mais um ingrediente poderoso foi adicionado ao fator crescimento da população brasileira: A melanina!
Daí começou uma bagunça generalizada: Era branco com índio, índio com negro, negro com branco, índio com negro e com branco (???), e por aí vai, sabe-se só que a mistureba foi tão geral que inventaram uns nomes pra isso: Lembro aqui que tinha mameluco, mulato e tinha mais um que eu esqueci, mas sei que ensinaram isso na escola, no 8º ano na aula de história que aquela sua professora legal fez questão de fazer você decorar pra colocar na prova e tirar média 5 e ser aprovado pro ano seguinte.
*Vale lembrar aqui da maravilhosa professora que eu tive no JB (Volta Redonda) na 7ª, Nilza se eu não me engano que deu um azar danado de tentar concorrer ao cargo de diretora e perder pra diretora que tava lá há anos, aí acabou sendo transferida. (Saudades dela. Era uma boa professora).
Voltando a falar da (falta de) identidade do povo brasileiro, foram séculos de mistura desenfreada, e por muitas vezes à surdina, afinal, brancos com escravos, brancos com índios, era algo praticamente inadmissível!
Anos se seguiram, o império tava pra acabar, vinha a república e os negros foram libertos(Mais ou menos né) antes disso. Aí a coisa desenfreou de vez. Dava pra procriar descaradamente. Aí ficou uma beleza. A essa altura acho que as índias já eram terceira opção.
Fim do século IXX, início do século XX. Sucesso total do Brasil no exterior: O café brasileiro tava bombando! Galera começou a vir lavourar aqui né. Era holandês, italiano, sueco, suíço, polonês, galera da Europa toda caiu pra cá. E não foram só os europeus não! Vieram também japoneses, uns doidões lá dos lados da Arábia, vários e vários chineses, atuais donos de pastelarias e lavanderias espalhadas aqui pela terrinha e por aí vai.
Como nos encontrávamos então numa época em que a realidade de homem com homem e mulher com mulher não era algo nada natural, um homem não podia viver sem o aconchego de uma gatinha né, sendo assim, a mistura não parou! Aí embolou de vez, o país já tava tomado, os índios já estavam vivendo nas cidades, andando de calça jeans e havaianas, fazendo parte dessa miscelânea toda. Era negro, europeu de olho azul, olho verde, olho castanho, japonês, índio, uma bagunçada só. Uma tremenda loucura meus amigos, uma tremenda loucura.
Algumas comunidades européias ainda resistiram aos encantos por um bom tempo, o que hoje faz com que cidades tenham uma identificação com o país de origem dessas "tribos" instaladas aqui, mas hoje em dia isso só serve de marco histórico pra cidade mesmo.
Nesse longo caminho de 511 anos percorrido pelo povo brasileiro pra chegar ao ponto de hoje, a única conclusão a que se pode chegar é que o povo brasileiro é um povo vira-lata! Isso mesmo!
Nada de ofensas tá legal? Essa á uma verdade nua e crua. Vamos aos fatos que provam isso pra k e pra k+1:
Cor da pele
Quem garante hoje em dia que uma pessoa é negra, branca, mameluca ou qualquer outra coisa do tipo só de olhar a cor da pele? Isso não é mais possível queridos! Vi uma reportagem uma vez que irmãos gêmeos se candidataram a uma vaga na faculdade pelo sistema de cotas (sem comentários sobre esse assunto) e só um foi considerado negro, e se eu não me engano, ele era até mais escuro que o outro. Ou seja, a negritude está nos olhos de quem vê.
Hoje em dia se a pessoa é bonita e negra ela é morena, mulata e afins, se é feia é negão e outros adjetivos impróprios pra um blog familiar como o MQA.
Biótipo:
Que doença mata mais no Brasil hoje em dia? Sujeito no Brasil toma até chumbinho e não morre! Gripe suína veio aqui no país a passeio. Considerando o estrago que ela fez em outros países meu amigo, a gripe A aqui no país de futebol fez mó papelão. Deveria ter sido considerada a gripe U, V ou até mesmo Z.
Já viram que bonitas são as pessoas brasileiras? Corpos esculturais, talvez herança da força física e massa muscular dos irmãos africanos, traços bonitos, provavelmente herança dos irmãos de pele mais clara, como os italianos e os orientais, altura padrão, coisa linda de se ver. Procura aí no mundo um povo tão bonito quanto o brasileiro. Nunca vi.
Educação e esportes:
Já repararam, sem demérito nenhum pros nossos heróis, como o Brasil não ocupa com frequência os primeiros lugares nas competições?
Reza a lenda que a inteligência maior é do povo asiático e a força maior dos africanos. A mesma lenda que contribui com um dado preconceituoso que eu mesmo sou prova de que não é verídico: Quanto mais escura a cor da pele, mais força e menos inteligência.
Supondo que essa lenda fosse verdade, o fato é que por ela, é exatamente o que aconteceu com o Brasil. Temos brancos fortes, negros inteligentes, tudo misturado mais nunca no seu auge. Ah se fôssemos como os irmãos africanos, que mesmo cheios de fome correm quilômetros e vencem as maratonas mais intensas e disputadas. Ou ainda se fôssemos como irmãos japoneses que têm uma disciplina e inteligência invejável! Misturou-se tudo e aí estamos, nem tchum, nem tchan!
Música:
Até na música a mistura brasileira influencia. Num dado período, Samba, música de preto, Rock, música de branco, hoje em dia, o Rappa e Jeito moleque não me deixam mentir, tá tudo misturado!
Sem contar as variações que reiteram essa mistura muito louca: Samba-rock, Bossa-nova, entre outras que fazem tanto sucesso.
Chego ao meu parágrafo final olhando o lado bom dessa nossa mistura tão legal. Somos vira-latas sim! Com muito prazer! Quem não gosta de um vira-lata afinal? Come de tudo, bebe de tudo, não tem frescura nenhuma, é super amigável e leal. Se pra cachorro a melhor raça é vira-lata, pq seria vergonha falar que somos sim, um povo cuja identidade é desconhecida?
Viva a mistura brasileira! Viva essa miscigenação que gerou tantas coisas maravilhosas que caracterizam o país como o samba, o carnaval, o futebol bem jogado, a beleza e que gerou também outras que não são tão legais de se descrever assim, mas que dá pra falar que pelo menos são melhores que azeitona preta, né?
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