terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Novo demais pra sair; Velho demais pra brincar!


Alguém aí se arrisca a dizer sobre quais pessoas eu estou falando no título? Se você pensou nos adolescentes, acertou! Esse é o paradoxo dos adolescentes desde que o mundo é mundo. O "ainda não" e o "já chega" atormentam a cabeça dessas velhas crianças ou desses jovens adultos a todo momento, fazendo com que as cabecinhas ainda sem muita maturidade e ainda com alta dose de irresponsabilidade os faça percorrer por caminhos mais estranhos possíveis através de descobertas que os faça parecer maiores, melhores, mais velhos e descolados, pra se destacarem entre os seus iguais, já que não podem voltar à categoria sub-9 e ter de volta toda sua inocência.


Por mais que eu tenha leitores adolescentes, me permito dizer que ser adolescente é lutar para descobrir algo que não vai acrescentar em NADA na sua vida. Em sua grande maioria, os garotos e garotas que estão aí entre seus 11 e 19 anos (Estão deixando de ser criança cada vez mais cedo e deixando de ser adolescentes cada vez mais tarde), busca em coisas ilícitas ou em revoltas infundadas um meio de vida para que possam chamar a atenção para si. Acredito que está fase seja atribuída à "perda"da importância que eles parecem sentir por estarem crescendo e que para um adulto é substituída pelo conjunto de responsabilidades que vêm com a idade.


Neste ciclo da vida, as descobertas são inúmeras, como a profissão que se deseja, que em grande parte dos casos não é  a mesma que permanece até que se consiga o primeiro emprego, o primeiro amor infinito, o segundo amor infinito, o terceiro, quarto, quinto... Os amores platônicos, as decepções maiores que o mundo, o ódio, a revolta, as escolhas irreversíveis que dentro de 5 anos se tornam simples lembranças de uma época em que lembraremos como a que fizemos mais coisas idiotas da nossa vida.


A vida do adolescente, por mais que ele não goste, gira em torno do ambiente escolar. Ali, muito além de aprender matemática, português e geografia, o indivíduo também aprende a conviver com diferenças, com cobranças que enquanto criança ele não era obrigado a conviver, com a pressão de começar a ter que se desprender dos pais e caminhar sozinho. Tudo que ocorre no ambiente escolar é o que vai cunhando o ser humano que encontraremos nas ruas mais tarde como um profissional, um pai de família. Claro que boa parte da formação de uma pessoa vem da família, a mais importante delas, mas a escola também tem um papel fundamental por lidar com este jovem durante pelo menos 18% do tempo semanal dele. Na condição de professor, deixo aqui a dica para um bom relacionamento entre você, caro colega, e o alvo do seu trabalho, o aluno: Ele espera e precisa aprender em sala de aula mais do que você leu no livro pra ensinar. Na sala de aula, assim como na sala de jantar na casa de uma família, se ensina, também, a viver. E que fique claro que não estamos falando aqui em ficar dando lição de moral constrangedoras nas pessoas, por favor.



Com eu havia dito antes, as crianças têm se tornado adolescentes muito mais cedo, tendo assim vontade de namorar, de sair, de curtir, de inventar moda, muito antes do que os pais deles e deixado de ser adolescente muito mais tarde, adquirindo assim responsabilidade, maturidade, senso de compromisso muito depois do que se espera. Isso é um mal que talvez esteja sendo causado pela superproteção ou pelo super descaso dos pais, mas nem é o assunto do texto então não vou explorar muito isto. Queria dizer com este parágrafo é que precisamos ter cuidado com nossos adolescentes, para que a antecipação dos fatos ou a finalização tardia de um ciclo não venha a construir personalidades defasadas, dependentes e alienadas. Adolescente não é criança pra que tudo que faz seja relevado e não é adulto pra que tudo que faz seja duramente criticado, então queridos leitores, vamos tentar entender que este ciclo da vida que transforma os bebezinhos da mamãe em "chatos e insuportáveis" seja para eles, relevante, agregador de valores, inesquecível e que seja também pelo menos melhor que azeitona preta.

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